
Segundo veículos de imprensa nacional, Celso Sabino confirmou nesta sexta-feira (19) ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que apresentará sua carta de demissão após o retorno do chefe do Executivo da Assembleia Geral da ONU, em Nova York. O movimento atende à pressão do União Brasil, que impôs prazo para que seus filiados deixem cargos no governo federal, sob pena de infidelidade partidária.
“Eu escolhi o Pará”, essa foi a frase do Ministro do Turismo Celso Sabino e pré-candidato a senador ao responder à pergunta do jornalista Diógenes Brandão em entrevista sobre o que de fato fará hoje, fim do prazo dado pela cúpula de seu partido (União Brasil) para que todos os filiados deixem o governo Lula.
Ao saber que Celso Sabino estava disposto a entregar o cargo, Lula pediu-lhe para que o espere até sua volta dos EUA, onde participará da Assembleia Geral da ONU e lhe disse que o paraense terá seu apoio na disputa por uma vaga ao senado, nas eleições do ano que vem.
Efeito colateral: Se Celso Sabino deixar o governo Lula antes do prazo de descompatibilização previsto em lei eleitoral, deve ver alterados significativamente seus planos políticos para 2026. Pré-candidato ao Senado, Celso jamais deveria querer abrir mão de permanecer no cargo até novembro, quando Belém sediará a COP30 – evento que garantiria a ele manter ampla visibilidade nacional e internacional e sobretudo em sua própria base eleitoral.
A vitrine perdida: COP30 como palco eleitoral: A COP30, marcada para novembro em Belém é considerada por aliados de Celso Sabino como a principal oportunidade de consolidar sua imagem como articulador político do Pará no cenário global. No comando do Turismo, ele está em espaço privilegiado para negociar e distribuir recursos, atrair investimentos e ocupar os holofotes antes e durante a conferência, que deve reunir líderes mundiais e milhares de visitantes.
Com a saída precoce, o ministro deixa o posto a pouco mais de um ano do pleito interrompendo o ciclo que lhe permite capitalizar a vitrine que naturalmente reforçaria sua pré-campanha ao Senado. Analistas ouvidos pelo EPOL avaliam que, no xadrez político local, isso pode enfraquecê-lo diante de adversários que seguirão em posições estratégicas, inclusive no próprio governo federal e estadual.
União Brasil impõe pressão: O desgaste decorre também da crise interna do União Brasil, que desde agosto pressiona seus quadros a deixarem o governo petista após a formação da federação com o PP.
O partido, que detém hoje a maior bancada da Câmara e a segunda maior do Senado, tenta unificar discurso e preservar espaço nas eleições de 2026. A resolução assinada pelo presidente da sigla, Antonio Rueda, que enfrenta investigações da Polícia Federal, acelerou a saída de Sabino. Até então, ele resistia, justamente para não perder a COP30 como plataforma. (A Notícia Portal com informações do Site: Estado do Pará On-line)