Itupiranga, Redenção, Bannach, Nova Ipixuna e Parauapebas são municípios totalmente diferentes, com economias distintas, populações diferentes e, em alguns casos, com distâncias geográficas relevantes. Porém, os seis municípios têm duas coisas em comum: prefeitos em seu primeiro mandato e a necessidade de uma virada de chave em suas gestões.
Não é segredo para ninguém que os cinco municípios e suas populações sofreram, nos últimos anos, com problemas gerenciais. Reflexo disso, foram as insatisfações populares, a baixa popularidade de governantes e, à exceção de Nova Ipixuna, sonoras derrotas de indicados à sucessão ou mesmo antigos gestores no cargo.
Wagno Godoy, prefeito de Itupiranga, Dr. Rener, de Redenção, Valber Milhomem, de Bannach, Everton Macias, de Nova Ipixuna e Aurélio Goiano, de Parauapebas, não tiveram a sorte de encontrar municípios saudáveis do ponto de vista fiscal, social e econômico e, diferentemente de outros gestores da região, precisaram recomeçar do zero.
Para estes, a missão é muito mais difícil do que outros colegas gestores. Imagine, por exemplo, iniciar o mandato em um município organizado, com as contas em dia, a economia funcionando e amparo social a pessoas em vulnerabilidade. O trabalho é, basicamente, manter funcionando o que já existe e implantar as próprias ideias.
Nos municípios citados, não. Os prefeitos estreantes foram obrigados a auditar contas, reestruturar os municípios do ponto de vista fiscal, buscar recursos para aquecer economia, pagar débitos deixados por seus antecessores e buscar o equilíbrio entre o recomeço e manutenção da máquina pública. Tarefa árdua. Todos os prefeitos citados têm mais uma coisa em comum: estão buscando recursos para o município por meio de alianças nas esferas estadual e federal.
Os desafios
Wagno Godoy encontrou uma Itupiranga respirando por aparelhos. Filas de cirurgias eletivas gigantescas, dívidas com servidores, um município com a economia parada e problemas em todas as áreas. Em nove meses, buscou parceiros, olhou para todas as áreas e se tornou um verdadeiro fenômeno político no Pará. Itupiranga vive, já em 2025, um dos períodos mais prósperos de sua história.
Dr. Rener, em Redenção, encontrou problemas diversos ao assumir: dívidas, problemas fiscais, ausência de prestação de contas de recursos, entre outros. Precisou colocar a casa em ordem e, hoje, é um dos destaques da política no Pará pela forma como lidou com uma crise histórica. Com recursos próprios, está conduzindo um dos maiores programas de pavimentação asfáltica da história de Redenção e tem tudo para mudar a história do município para sempre.
Em Bannach, Valber Milhomem herdou um município esquecido, com problemas fiscais graves, obras de procedência duvidosa e muito descrédito com a gestão. Em poucos meses, conquistou uma aprovação recorde diante da sociedade, regularizou todas as contas e colocou toda sua experiência em gestão pública a serviço do município.
Everton Macias foi indicado pela antiga gestora de Nova Ipixuna por ser um dos mais capacitados do grupo político. Ao assumir o município, Everton identificou graves problemas e tratou de colocar tudo em perspectiva. Cortou privilégios, rompeu com as amarras do passado e está conduzindo o município para um novo momento.
Aurélio Goiano, por sua vez, assumiu um município rico e, ao mesmo tempo, pobre. Após anos amargando problemas políticos e gestões problemáticas, Parauapebas elegeu um novo gestor e as bombas explodiram em seu colo de forma instantânea. Além de uma complicada herança, Aurélio precisou lidar com uma vertiginosa queda de receita vivida por Parauapebas, o que complica a gestão. No entanto, em nove meses, apesar dos problemas, Parauapebas está caminhando para frente e há perspectivas positivas de futuro.
Daqui pra frente
Pouco se pode avaliar de uma gestão em apenas nove meses. Na verdade, qualquer gestor precisa de pelo menos 18 meses para que suas ideias de gestão passem pelos mais rígidos testes de tempo. Apesar disso, cada um dos prefeitos citados largou bem na corrida política de seus municípios e, em conversa com cada um deles, é possível descobrir que todos compartilham da mesma meta: reconstruir a história de seus municípios.
A equação é simples: boa vontade, esforço conjunto e tempo resultam em sucesso gerencial.