O pré-candidato ao governo do Pará, Dr. Daniel, atual prefeito de Ananindeua, tem ampliado a agenda no Sul do Estado em busca de apoios políticos. No entanto, a composição das alianças tem gerado críticas e levantado dúvidas sobre a credibilidade de seu discurso de renovação.
Nas últimas semanas, Dr. Daniel intensificou visitas a municípios da região e tem sido visto ao lado de figuras políticas tradicionais — as chamadas “figurinhas carimbadas” — cujo histórico é alvo de controvérsia entre eleitores e opositores. A estratégia de angariar amplos apoios suscita um dilema: renovar a política ou repetir práticas já conhecidas?
Exemplo de aproximação: o encontro com o vereador Zé do Bode, de Parauapebas, um aliado histórico do ex-prefeito Darci Lermen, cuja gestão é frequentemente criticada por problemas de infraestrutura e abandono de serviços públicos.
Durante a administração citada, Zé do Bode foi apontado por opositores como pouco atuante na fiscalização — um papel central do mandato de vereador. Após a derrota do grupo político ao qual pertencia, e já reeleito, o parlamentar passou a denunciar problemas e insuficiências da gestão anterior, surpreendendo críticos que enxergavam nele uma postura alinhada ao governo.
A leitura feita por analistas locais é simples: por trás do discurso de mudança, pode estar o pragmatismo eleitoral — aceitar apoios independentemente do passado dos aliados para ampliar a base política.
Críticos afirmam que a presença de Dr. Daniel ao lado de políticos com histórico controverso compromete a narrativa de “renovação” que o mandatário tem propagado. Para eleitores que esperam ruptura com práticas tradicionais, a lógica das alianças sinaliza continuidade de um modelo onde acordos pragmáticos valem mais do que coerência programática.
Da mesma forma, defensores do pré-candidato apontam que ampliar alianças é prática comum em campanhas competitivas e que a capacidade de agregar diversos setores pode ser necessária para viabilizar um projeto de governo em nível estadual.
Enquanto a campanha avança e a agenda no Sul do Pará segue intensificada, a pergunta que fica é: Dr. Daniel será capaz de transformar o discurso em prática — ou sua candidatura seguirá amparada pelo mesmo jogo de alianças que muitos eleitores desejam ver superado?