O legado de Celso Sabino no Ministério do Turismo

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Após dois anos e dois meses à frente do Ministério do Turismo, Celso Sabino (União Brasil) deixou a pasta por orientação de seu partido. Em balanço, o ex-ministro potencializou a pasta entre 2023 e 2025, com crescimento no turismo doméstico e internacional, novos programas nacionais e investimentos estratégicos no Pará, estado que sediará a COP30 em novembro de 2025.

Expansão do turismo no Brasil

Durante sua gestão, o Brasil registrou recordes no fluxo turístico. Em 2024, 6,8 milhões de estrangeiros visitaram o país, maior marca da série histórica. No mesmo período, 118 milhões de passagens aéreas nacionais foram emitidas, um aumento de 20 milhões em relação a 2022. O resultado também elevou a participação do setor no PIB e abriu mais de 400 mil vagas formais em dois anos.

O desempenho é atribuído a medidas como o Plano Nacional de Turismo (PNT 2024–2027), lançado em agosto de 2024, que prevê ampliar para 150 milhões as viagens domésticas anuais e para 10 milhões o número de visitantes estrangeiros. O plano inclui 20 programas, como capacitação profissional, marketing internacional e iniciativas de incentivo, entre elas os projetos Conheça o Brasil, Voa Brasil e Hóspeda Brasil.

Também foram retomados o Salão Nacional do Turismo, o Feirão Nacional do Turismo e o Prêmio Nacional do Turismo, além de novos incentivos sociais, como descontos de hospedagem para professores e mulheres viajando sozinhas.

Investimentos no Pará

Natural de Belém, Sabino direcionou recursos ao Pará. Até julho de 2025, o estado contratou R$ 102,3 milhões do Fungetur para financiar pousadas, restaurantes e parques. Outros R$ 60 milhões foram liberados via Caixa e Banco da Amazônia, com prioridade a projetos ligados à COP30.

No campo da infraestrutura, o ministério apoiou eventos como o Festival Sairé (R$ 2,6 milhões) e o Círio de Nazaré (R$ 2 milhões). Em novembro de 2024, foi inaugurada em Belém a Escola Nacional de Turismo, em parceria com o IFPA, com 4.760 vagas para cursos de gestão, idiomas e hospitalidade.

Para a COP30, o MTur destinou R$ 4 milhões para instalar 670 placas bilíngues de sinalização turística em Belém e garantiu embarcações-hotel com 6 mil leitos para reforçar a rede hoteleira local.

Preparativos para a COP30

Segundo Sabino, a COP30 representa um marco para a região Norte. A pasta articulou a presença de 140 países, promoveu capacitação profissional em hotelaria e idiomas e garantiu investimentos de R$ 172 milhões na rede hoteleira da capital paraense. O ministério também defendeu que a conferência deixe como legado negócios turísticos sustentáveis, geração de empregos locais e infraestrutura resiliente.

“A criação da força-tarefa da COP30, a nosso pedido, em uma ação coordenada pela Secretaria Extraordinária para a COP30, garantiu uma busca ativa pelas delegações interessadas em participar do evento. Até agora, mais de 80 países já confirmaram reservas pela plataforma do governo e 140 delegações estão inscritas. Na última semana, entreguei ao secretário-geral da entidade, Zurab Pololikashvili, uma Carta Aberta em que defendo a participação e a ampliação da representatividade dos países-membros do organismo internacional na Conferência do Clima, a fim de garantir ampla presença internacional no mais importante evento do setor no planeta”, disso o ministro.

Atuação internacional

No cenário global, Celso Sabino foi eleito em 2024 presidente do Conselho Executivo da ONU Turismo, primeiro brasileiro a ocupar o cargo. A posição contribuiu para a instalação do Escritório Regional da ONU Turismo nas Américas e Caribe, no Rio de Janeiro. Sob sua gestão, o Brasil entrou no Top 10 mundial de maiores crescimentos turísticos e arrecadou US$ 212 milhões em receitas cambiais de turismo entre janeiro e setembro de 2024.

Políticas sociais e de inclusão

Entre as ações de inclusão, o MTur firmou acordo com a ONU Mulheres para ampliar a segurança e a equidade de gênero no setor, revisando protocolos de proteção às mulheres e promovendo campanhas como o “Não é Não” durante o Carnaval. O ministério também estabeleceu a obrigatoriedade de acessibilidade em todos os projetos financiados pelo Fungetur e apoiou iniciativas de turismo em comunidades quilombolas, indígenas e rurais.

Reconhecimento cultural

Durante a gestão, Belém recebeu da ONU Turismo o título de “Capital Mundial do Brega”, em referência ao gênero musical característico do estado. A iniciativa buscou fortalecer a economia criativa local e valorizar a identidade cultural paraense.

Legado

Sabino afirmou que sua gestão deixa como legado a ampliação da visibilidade do Brasil no turismo internacional, a preparação do Pará para a COP30 e a inclusão social por meio do turismo. Ele deve disputar vaga ao Senado pelo estado do Pará nas eleições de 2026.

“Nosso estado ganhou protagonismo no turismo nacional e internacional, com investimentos em infraestrutura, qualificação profissional e valorização da cultura”, declarou.

Autor: Lucas Contente

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