A divisão do Pará que não saiu do papel: relembre o plebiscito de 2011

há 2 semanas 13

Em dezembro de 2011, o estado do Pará viveu um dos momentos mais marcantes de sua história política recente: o plebiscito que decidiria a possível criação de dois novos estados, Carajás e Tapajós, a partir da divisão do território paraense. A proposta previa que a região nordeste permaneceria como o atual Pará, enquanto as demais áreas se tornariam unidades federativas independentes.

A iniciativa surgiu diante das dimensões territoriais do estado, o segundo maior do Brasil, e das dificuldades de administração e oferta de serviços públicos em localidades mais distantes da capital, Belém. Lideranças políticas e sociais do interior defendiam a divisão como alternativa para garantir maior desenvolvimento e representatividade.

Apesar da intensa mobilização favorável à criação dos novos estados, o resultado nas urnas foi contrário. A maioria dos eleitores rejeitou a proposta, mantendo a integridade territorial do Pará. O pleito, entretanto, revelou um forte contraste entre as regiões: no interior, predominava o apoio à divisão; já em Belém e cidades próximas, a rejeição foi quase unânime.

Na capital, por exemplo, 93,88% dos eleitores votaram contra a criação do estado do Tapajós e 94,87% rejeitaram a criação do estado de Carajás. Os percentuais em favor da divisão ficaram em 6,12% e 5,13%, respectivamente.

Com a vitória do “não”, o processo de divisão do território foi encerrado, sem necessidade de tramitação na Assembleia Legislativa do Pará ou no Congresso Nacional. Assim, o estado permaneceu íntegro, e a tentativa de redesenhar o mapa político brasileiro ficou registrada como um dos episódios mais emblemáticos da história recente da Amazônia. 

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